terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Entrevista com CAMILO AGGIO

Entrevista Camilo Aggio  
Portal R7

Com a vitória de Barack Obama ao cargo de presidência dos Estados Unidos, ficou perceptível ao mundo inteiro o grande poder que a internet possui de mobilizar as pessoas a chegarem a um denominador comum, principalmente em um assunto que causa tantas controvérsias, que é a eleição a um cargo político.
 
Nesse ano de 2010, com o Brasil em ritmo de eleições e seguindo o sucesso alcançado por Obama, os candidatos aos cargos políticos vêm usando demasiadamente o que os especialistas chamam de redes sociais online, dentre as quais estão o Facebook, My Space, Twitter, onde eles promovem os seus projetos e políticas públicas, o que de certa forma promovem certa proximidade com os seus eleitores.
Com vista nesse fenômeno e percebendo a precariedade nas bibliografias sobre esse assunto no Brasil, Camilo Aggio, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia (Ufba) é, hoje, um especialista em campanhas online  também pela UFBA. 

Leia abaixo os trechos da entrevista concedida aos alunos do curso de Comunicação Social, do 2° semestre, da Universidade do Sudoeste da Bahia - UESB

Luis Pedro- Quais as vantagens e as desvantagens do uso das novas tecnologias da comunicação na campanha eleitoral de 2010?
Camilo Aggio- Bom, eu não consigo enxergar exatamente desvantagens das campanhas online (utilização da internet por partidos e candidatos nas campanhas eleitorais) para sociedade civil, para o cidadão, na medida em que grande parte da utilização que se tem feito de recursos da internet por partidos e candidatos acaba por se promover um maior fluxo de informacional político relevante (projetos, posicionamentos).Não obstante disso também proporciona que os candidatos estejam mais responsáveis, transparentes, e assim estejam mais submetidos  ao crítico ou à critica do eleitor.Por exemplo , em 2008 não possuímos uma legislação virtual que impunha um anacronismo muito grande nas campanhas online do Brasil.Então, até 2008, os candidatos e partidos  só poderiam usar os websites; era vetada a utilização de qualquer outro recurso como por exemplo as redes sociais online como o Facebook, Orkut, Twitter e o MY Space, etc. Então isso impunha aos candidatos uma restrição muito grande no alcance dos eleitores com os quais eles gostariam de se comunicar. Se hoje estamos na internet estamos basicamente nas redes sociais online. Nós somos o país que mais utiliza esse tipo de coisa. Então alguns candidatos têm a possibilidade de chegarem próximos de nós. Nós temos a possibilidade de aceitar e acompanhar esses sujeitos cotidianamente. Enfim, para a sociedade civil vejo pouca desvantagem. Para as campanhas existem algumas desvantagens, em termos estratégicos de propagandas, pois quanto mais transparentes, mais suscetíveis a constrangimentos, a respostas. Então você tem uma situação de muito mais constrangimentos e a possibilidade de eles terem de se posicionar muito mais que seria se eles não tivessem acesso a esses novos meios comunicacionais.

Juraci (portal R7)- Assim como o nosso veículo de informação, o uso das tecnologias também ajuda a política a propagar informações. Apesar disso, o senhor considera que, como a maioria dos que acessam os portais online são jovens, esse público, para a política, segue essa mesma tendência, ou já é algo mais abrangente?
Camilo Aggio- Creio que seja mais abrangente. Não acredito que seja apenas jovem. Não teria uma análise quantitativa para oferecer. As pessoas que acompanham o Twitter e que desenvolvem uma conversação em torno dos temas políticos eleitorais não são apenas jovens. Essas informações se dão de uma maneira muito complexa e espalhada, e não respeita exatamente uma faixa etária restrita.

Murilo (Caros Amigos)- Os partidos políticos tem feito largo uso dessas novas tecnologias em favor das suas campanhas. Desses meios, quais seriam os mais eficazes para alcançar o público e qual vem sido a resposta do público perante as campanhas online?
Camilo Aggio- Por um longo período de tempo nós só tínhamos apenas os WEBSites, como eu tinha dito anteriormente, então nós tínhamos um grande problema, nós tínhamos que usar outros mecanismos e não apenas a internet para atrair a atenção dos eleitores.Eles teriam que entrar no GOOGLE e digitar o nome do candidato e ainda assim rezar para que nas primeiras ocorrências aparecessem seu WebSites oficial. Nós estamos entrando em uma fase aonde nós não vamos mais atrás da informação, nós nos deparamos com ela. Então sem dúvida, o meio mais eficaz para atingir o público são as redes sociais, onde se tem a possibilidade de compartilhar e de propagar de uma maneira impressionante qualquer tipo de informação política e de natureza diversa e inclusive aquelas satíricas, divertidas, cômicas. Por exemplo, eu falava de constrangimentos e de situações não planejadas e o modo como as campanhas teriam que lidar com isso. Se por um lado é muito bom, porque você se aproxima do seu público, tem a possibilidade de estabelecer uma comunicação direta. Por outro lado, você também está sujeito a constrangimentos, por exemplo, um militante ou algum eleitor simplesmente circunstancialmente engajado na campanha do José Serra, criou um headtags “Pergunte ao Serra”, que é uma proposta totalmente legítima. No entanto subestimaram o caráter, a sociabilidade extrovertida do Twitter. As pessoas fazem piadas, brincam. Então o que era para ser um ‘pergunte ao Serra’ para esclarecer dúvidas e solicitar ao Serra esclarecimentos os seus projetos de políticas públicas ou posicionamentos acabou virando uma grande piada. O “Pergunte ao Serra’’ começou a ser disseminado para a utilização de perguntas bobas para ele, como por exemplo: “Serra, par ou ímpar?”, “Serra, quanto você cobra para assombrar uma casa de 6 cômodos?”. Então, as redes sociais é o modo mais eficaz, é que nós estamos chamando de WEB 2.0 , cujo pressuposto é você criar primeiro esse laços que chamamos de redes sociais online , mas também a produção e compartilhamento de conteúdos de um modo dinâmico e efetivo que ninguém controla.


Thais ( Jornal A Semana) - A internet é um veiculo cada vez mais utilizado nas campanhas políticas. Qual sua opinião sobre a utilização do Youtube nas campanhas?
Camilo Aggio - Fundamental. Primeiro porque se tem um grande problema, os candidatos não podem produzir demais, porque custa caro e a exemplo de um web site, você teria que atrair o espectador a procurar assistir aquele vídeo, então tem que haver uma predisposição daquela pessoa em querer saber de determinado candidato. Com o youtube isso é muito mais eficaz, porque basta você ter um blog e deixar o link lá para as pessoas poderem conhecer. E não apenas isso, com o barateamento de publicação com essa efetividade, no que diz respeito à quantidade de pessoas que podem assistir a esse vídeo, eles podem traçar de políticas publicas de seus posicionamentos, podem fazer sobre aliados políticos ou determinados grupos como os ambientalistas. Portanto existe uma grande diversidade no que diz respeito ao que você pode produzir a partir do formato áudio visual. Não obstante a forma como os partidos utilizam isso, há a possibilidade de se produzir, sobre determinados assuntos ligados as campanhas, e existe também essa versão extrovertida que poder pegar o que o candidato diz, e colocar em outro contexto.


Katarina -Como é feito o uso de torpedos para promover a figura de um candidato?
Camilo Aggio - Existe ainda pouco registro da utilização desses SMS. Como esse tipo de coisa foi utilizada na campanha do Obama, que é o grande ícone nessa historia? Primeiro eles faziam um evento eleitoral, um comício ou uma reunião de militantes. Os eleitores iam para ouvir o que o candidato tinha a dizer e recebiam um papel com dois números de telefone para os quais eles deveriam enviar uma determinada mensagem. Eles tinham um banco de dados, com números de pessoas que estavam indecisas quanto ao voto, e pediam a essas pessoas que se identificavam com o Obama, para enviar a mensagem para pessoas conhecidas da pessoa.
No Brasil o que acontece é que os partidos acabam mandando e se identificando até. E o nível de rejeição é enorme. Não vejo ainda uma utilização eficaz disso, nem do ponto de vista político nem democrático.

Jobeslane (Jornal ATarde)-Segundo a tendência das eleições de 2008 para presidente nos Estados Unidos, a justiça eleitoral brasileira, permitiu a propaganda política na internet. O que realmente é permitido?
Camilo Aggio -  Tudo é permitido na internet. Há apenas uma pequena restrição que diz respeito a web site que você tem que registrar no TSE, e 48 horas antes das eleições ele deve sair do ar, mas as demais redes sociais, não tem nenhum tipo de legislação, onde tudo é liberado, a não ser é claro, da questão do anonimato, da calúnia. Do candidato se sentir ofendido e assim, ter direito de resposta. A internet é vista como uma espécie de praça publica, onde os sujeitos falam o que acham que devem falar, respeitando a liberdade do outro. Apoiando quem eles quiserem apoiar. Parece-me que eles não podem pedir voto, mas na internet a liberdade é mais absoluta.

Genisvaldo (Jornal Nacional)- Quais os cuidados que se deve ter ao usar essas novas tecnologias da comunicação para divulgar suas propostas?
Camilo Aggio - A internet possibilita que os partidos e os candidatos tenham controle absoluto do tempo e do espaço que utilizam. Então se no horário político se tem um tempo restrito, no caso de Marina, que é de um minuto e pouco, isso é um tempo irrisório para você tratar de propostas, ou de pelo menos você apresentar argumentos razoáveis que sustentem suas propostas. Ela tem um espaço total e absoluto dentro do seu web site, dedicado a oferecer informações. E poderia até, colocar vídeo no youtube para pode complementar aquilo que foi dito no Horário gratuito. Uma estratégia boa para a candidata Marina seria ela ter usado 10 segundos do seu tempo na televisão e chamar o telespectador para acompanhar a continuação daquele vídeo no youtube. Devem tomar todos os cuidados possíveis, com certeza devem ter assessor que o orienta para não cometer nenhuma arbitrariedade.
 
Por : Emanuelle Félix, Juraci Santana e Márcia Andréia
 

Exemplos de charge








Para mais charges, acesse:http://charges.uol.com.br/

Charge

A charge jornalística se caracteriza por ser um texto visual humorístico e opinativo, que critica um personagem ou fato político específico.Fundamenta - se em um quadro teórico atual, envolvendo princípios da Análise do Discurso da Linguística Textual.Sua construção baseia- se na remissão a um universo textual geralmente dado pelo próprio jornal.As charges jornalísticas a um universo textual geralmente dado pelo próprio jornl.As charges jornalística mantêm relações intertextuais com textos verbais, visuais e verbais e visuais conjuntamente. O que torna singular é a demonstração perspicaz da propriedade carnavalesca da charge de congregar, num jogo polifônico, o verso e o reverso do que tematiza.Dessa maneira o chargista, através do desenho e da língua, utiliza o humor para destronar os poderosos e buscar o que está oculto em fatos, personagens e ações políticas.Ele transmite o objeto da charge pela intertextualidade com os textos publicados no próprio jornal.A polifonia, a ambivalência e o humor do texto chárgico fazem com que ele afirme e negue, eleve e rebaixe ao mesmo tempo, obrigando o leitor a refletir sobre fatos e personagens do mundo político, uma vez que põe a nu aquilo que está oculto por trás deles.

Caricatura






 

Crônica: Mulheres

"Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.

Pare para refletir sobre o sexto-sentido.
Alguém duvida de que ele exista?

E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?

E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?

E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece?
O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
"Leve um sapato extra na mala, querido.
Vai que você pisa numa poça..."
Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...

O sexto-sentido não faz sentido!

É a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil...
As mulheres são mães!

E preparam, literalmente, gente dentro de si.
Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?

E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...

Tudo isso é meio mágico...
Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).

As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?

Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...

É choro feminino. É choro de mulher...

Já viram como as mulheres conversam com os olhos?

Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem?

Elas conhecem todos...

Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.

EN-FEI-TI-ÇAM !

E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?
Para estudar os homens, é claro!
Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...

Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro".
Quer evidência maior do que essa?
Qualquer um que ama se aproxima de Deus.
E com as mulheres também é assim.

O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.
É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.
Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo-amor.
É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
E levitam.
Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso.
E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento
que os faz dormir nessa hora."


Luís Fernando Veríssimo

Exemplo de Editorial

Reforma do ensino básico exige renúncia a soluções fáceis, da crença no poder da tecnologia à idéia de educação só como prazer

A DISCUSSÃO sobre a falência do ensino básico, no Brasil, resvala com facilidade para as falsas questões. Soluções dispendiosas, como o uso de computadores na sala de aula, ganham ares de panacéias definitivas -até serem fulminadas pelo teste implacável da empiria, como mostrou estudo do economista Naercio Menezes Filho noticiado nesta Folha.
Professor da USP e do Ibmec-SP (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), Menezes Filho investigou as variáveis que mais explicam o bom desempenho escolar. Tomou por base os testes do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) com alunos de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio. Verificou que a informática na escola não melhora nem piora os resultados de seus alunos no Saeb.
Escolaridade, salário e idade dos professores tampouco exercem peso significativo, segundo o estudo -uma conclusão destinada a gerar controvérsia, decerto. Maior influência apresentam a idade de entrada no sistema educacional e a quantidade de horas-aula. Alunos que passaram por creches e pré-escola e ficam mais tempo na escola, a cada dia, apresentam desempenho significativamente superior.
Por isso a Folha incluiu os dois quesitos no conjunto de metas nacionais, até o ano 2022, aqui elencadas no editorial "O básico em educação" (22/4): 80% das crianças de 0 a 3 anos com acesso a creches (hoje são 13%) e 90% dos alunos com aulas por 6 horas diárias (1,2%, atualmente). Não se conferiu prioridade a computadores nas escolas, mesmo sendo objetivo desejável.
Prioridades são prioridades, afinal. Uma das mais prementes, contudo, se mostra refratária à expressão na forma de uma meta quantificável: pôr fim à lei do mínimo esforço, à crença de que a educação possa ter sucesso sem empenho e disciplina.
No gabinete dos tecnocratas, bastaria recorrer a fórmulas mirabolantes. Na sala de aula, à criatividade lúdica, ao espírito crítico e ao universo cotidiano do aluno. O restante viria como que por gravidade, cada estudante percorrendo à própria revelia as etapas necessárias do desenvolvimento cognitivo descritas nalgum esquema abstrato.
O fracasso está aí, à vista de todos, para provar que não pode funcionar um ensino em que professores são reduzidos a meros facilitadores, ainda por cima mal pagos e sobrecarregados com jornadas extensas. Perderam a condição de autoridade encarregada de exigir dedicação nas tarefas e civilidade no trato com os colegas, responsabilidade encarada por muitos como ônus a evitar (dificuldade partilhada com vários pais, de resto).
Pode-se discutir indefinidamente se é ou não o caso de retroceder à obrigação de decorar todos os afluentes do Amazonas. Para pôr termo ao descalabro do ensino básico, entretanto, é preciso retomar princípios básicos da educação, a começar pelo combate à noção vigente de que se possam realizar conquistas sem esforço proporcional.

Fonte:Folha de S. Paulo  - 24/4/2007

Definições...

Editorial: o editorial é um texto da responsabilidade da direção do jornal, que deverá acompanhar cada número da publicação, e que se debruça sobre os acontecimentos mais marcantes da atualidade ou dessa edição do periódico, comentando, analisando, exortando - em suma, fazendo opinião, não uma opinião qualquer, mas a opinião do jornal.
E é esta característica que distingue o editorial dos restantes textos de opinião do jornal - ele exprime a opinião e a cultura da empresa como um todo, ao passo que os textos de colunistas, colaboradores, e as participações dos leitores do jornal comprometem apenas quem as emite, e não a Redação em bloco.Esta bem de ver que, só por isto, o editorial se constitui como a seção mais nobre do jornal, e deve ser posto cuidado extremo na sua elaboração.

Comentário: gênero introduzido recentemente no jornalismo brasileiro, diante das mudanças decorridas da maior rapidez na divulgação das notícias (primeiramente pelo rádio e pela televisão). Segundo Melo, o comentário mantém uma íntima ligação com a atualidade, e é produzido a partir do que está ocorrendo. O comentário acompanha a própria notícia.

Artigo: texto opinativo (mais que informativo) publicado em seção destacada do conteúdo noticioso, para enfatizar sua natureza “não-jornalística”. Os autores recorrentes de artigos são chamados de articulistas. Apresenta-se como colaboração espontânea ou solicitação não necessariamente remunerada, o que confere liberdade completa ao seu autor. “Trata-se de liberdade em relação ao tema, ao juízo de valor emitido, e também em relação ao modo de expressão verbal” (MELO, 2003, p.125).

Resenha: gênero textual em que se propõe a construção de relações entre as propriedades de um objeto analisado, descrevendo-o e enumerando aspectos considerados relevantes sobre ele. No jornalismo, é utilizado como forma de prestação de serviço.

Coluna: surgiu na imprensa norte-americana, em meados do século XIX, quando os jornais assumiram o caráter informativo. O nome vem da diagramação original dos textos não-noticiosos publicados regularmente em espaço predeterminado no jornal. Nos periódicos do século XIX, tudo que não era notícia era diagramado numa única coluna vertical, de alto a baixo da página, à parte do resto do conteúdo (exceto pelos folhetins, que eram publicados geralmente na parte inferior da primeira página, ocupando todas as colunas da esquerda até a direita. Mesmo depois de de assumir qualquer formato, a coluna se mantém com informações curtas, em notas, ou observações do cotidiano, em linguagem de crônica. Cumpre hoje uma função que foi peculiar ao jornalismo impresso antes do aparecimento do rádio e da televisão: o furo.

Caricatura:comentário visual dos fatos, caricatura política ou de personagens do noticiário.

Carta: texto produzido pelo leitor, inteiramente independente da linha editorial do jornal. Normalmente corresponde a comentários sobre edições anteriores do veículo, embora não se limite a esse fim.

Fontes:Gradim Anabela. Manual do Jornalismo, MELO, Jose Marques de. Jornalismo Opinativo: gêneros opinativos no jornalismo brasileiro. 3. ed. Campos de Jordão, RJ: Editora Mantiqueira, 2003.
Segundo Luiz Beltrão (Jornalismo Opinativo, Porto Alegre, Sulina, 1980), "o jornal tem o dever de exercitar a opinião: ela é que valoriza e engrandece a atividade profissional, pois, quando expressa com honestidade e dignidade, com a reta intenção de orientar o leitor, sem tergiversar ou violentar a sacralidade das ocorrências, se torna fator importante na opção da comunidade pelo mais seguro caminho à obtenção do bem-estar e da harmonia social".

Jornalismo Opinativo

Segundo a definição de Luiz Beltrão, os textos do gênero opinativo têm a função de difundir opiniões. Têm objetivo persuasivo.
Para melhor compreensão desse gênero, José Marques de Melo, propõe a seguinte classificação:

  • Editorial
  • Comentário
  • Artigo
  • Resenha
  • Coluna
  • Crônica
  • Caricatura
  • Carta
Nas próximas postagens, procurarei conceituar alguns desses pontos e exemplicar alguns deles.

sábado, 16 de outubro de 2010

Exemplo de Nota Jornalística

A copa é nossa (DN 01/06/2009)
E finalmente saiu o anúncio. Fortaleza é uma das 12 cidades brasileiras que terão a honra e o prazer de sediar a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.


Fonte:http://linguaportuguesafp2009.blogspot.com/2009/06/nota-jornalistica.html

Nota Jornalística

O Gênero Nota Jornalística "é uma notícia que se caracteriza pela brevidade do texto,ou pequena notícia que se destina a informação rápida"(Andrade e Medeiros).

Fonte: http://linguaportuguesafp2009.blogspot.com/2009/06/nota-jornalistica.html

Exemplo de entrevista

'O bom jornalista nunca está completo', diz Miriam Leitão durante entrevista para a seção 'Voz da Experiência'

Publicada em 07/04/2008 às 22h22m
O Globo





 RIO - Ela circula entre presidentes, ministros, altos executivos. Viaja constantemente pelo país e para o exterior e não sai da ponte aérea Rio-Brasília. Visto assim, à distância, o cotidiano da jornalista Miriam Leitão parece ser puro glamour. Mas é feito de suor, estudo e disciplina, como ela conta na primeira entrevista da nova seção "Voz da Experiência", uma parceria da revista Megazine com O GLOBO ONLINE. A cada 15 dias, um profissional renomado de uma área diferente vai responder às dúvidas dos leitores sobre as carreiras. Eventualmente, o entrevistado pode ir além das perguntas.... - Ninguém perguntou isso, mas queria deixar aqui um recado para quem pretende seguir a profissão de jornalista: leia sempre, todos os dias. Leia notícia, romance, leia poesia. É fundamental - aconselha a craque, que assina a coluna "Panorama Econômico", diariamente, no GLOBO.Dentro de duas semanas, o tema da seção "Voz da Experiência" será medicina.




Um bom jornalista é completo quando tem que características? (Isaque Vieira de Moraes)
MIRIAM LEITÃO: Isaque, um bom jornalista é completo justamente quando ele tem sempre em mente que nunca está completo. Um bom jornalista tem que estar constantemente em busca de novas informações, novos aprendizados, novas fronteiras. Ou seja, é buscar uma vida inteira e nunca estar completamente satisfeito.


Devemos escolher a carreira pelo prazer ou pela recompensa financeira? (Marcela Gonçalves Pavam)
MIRIAM: Se for possível conciliar, Marcela, ótimo. Se não, tem que ser pelo prazer, porque é isso que pode lhe dar a chance de ganhar um bom dinheiro, ao se dedicar ao seu ofício com afinco. Nos tempos de hoje, as profissões mudam bastante, e, além disso, as pessoas mudam de profissão ao longo da vida várias vezes. Ou seja, uma profissão que traz recompensa financeira hoje pode não trazer amanhã, e vice-versa. No meu caso, por exemplo, sempre fiz jornalismo, mas o jornalismo vem mudando com muita freqüência, assim tenho sempre a sensação de estar numa profissão nova. Minha escolha, feita pelo prazer, acabou sendo excelente.


O que fazer, caso você fique sem poder exercer sua profissão com plena liberdade? Temos visto tentativas em países como Venezuela, Nicarágua, Equador, Bolívia e até Brasil de cerceamento da liberdade da imprensa. (Marcelo Pereira Lopes)
MIRIAM: Entrei no jornalismo numa época em que não havia a menor liberdade e exerci por muito tempo meu trabalho sem conhecer o que era essa liberdade. Porém, em situações assim, a gente sempre encontra um jeito de dizer o que tem que ser dito e formas de resistir. Se limitações existem, o que não podemos é aceitá-las facilmente. É preciso resistir sempre.


Como é o dia-a-dia no trabalho de um jornalista? (Clarice Machado de Souza e Priscilla da Silva Daumas)
MIRIAM: O dia-a-dia do jornalista é sempre a falta de rotina. É uma surpresa constante, pois sua função vai da pauta, de onde você está ou mesmo de coisas menos palpáveis, como a sorte. Não há uma resposta única para esta pergunta. Se a pergunta é como é o meu dia-a-dia, não queiram saber. Só posso dar uma palavra: intenso.


De onde veio o gosto pela economia? Você tem alguma formação na área? (Rogerio Cipriani)
MIRIAM: Não sei muito bem de onde veio o meu gosto pela economia, acho que ele foi surgindo porque, por um longo período da minha vida profissional, o maior desafio do país era combater a inflação. A pauta econômica ficou muito mais interessante, e eu me sentia útil ajudando o país a entender as confusões econômicas. Mas hoje, embora eu permaneça na janela econômica, tenho incluído cada vez mais assuntos na minha pauta. Temas como as questões racial e ambiental, o combate à pobreza e à corrupção estão na minha lista de preocupações. Ah, sobre a formação, não tenho especificamente diploma de economia, mas estudei e estudo o assunto sem parar.


Por que a carreira de jornalista tem como pré-requisito o diploma de jornalismo? Na sua visão, até que ponto a faculdade de jornalismo é importante para um futuro sucesso profissional? (Marcelo Thompson e Ralph Guichard)
MIRIAM: Não acho que a carreira de jornalista deveria ter como pré-requisito o diploma de jornalismo. Aprendi muito pouco jornalismo na faculdade. De qualquer forma, acho necessário, sim, que se faça algum curso superior; existem vários cursos que nos ajudam a exercer a profissão. O que é preciso, sem dúvida, é ter disposição para estudar ao longo de toda a vida.


Gostaria de saber como você construiu sua habilidade em língua inglesa e a importância do conhecimento do idioma na sua profissão. (Helga Maria Saboia Bezerra)
MIRIAM: Helga, a importância de saber esse idioma é total e só tem aumentado com a internet. Não dá para fazer jornalismo sem conhecimento de inglês. Aprendi tarde. Na minha geração, isso não era uma preocupação como é hoje. Mantenho a habilidade lendo sempre, ouvindo sempre.


Quais são as suas dicas para quem faz, como eu, jornalismo e quer se especializar em economia? O que pode ser mais interessante: buscar um MBA ou fazer faculdade de economia depois de formada? Quais as possibilidades de mercado? Paga mais? (Precyla Vieira Eller)
MIRIAM: De fato o jornalista de economia continua sendo um profissional muito disputado. Dependendo de onde se trabalhe, é a editoria com maiores salários, em média. Fazer MBA, mestrado ou mesmo a graduação em economia é escolha de cada um. No entanto, faça o que o que fizer, não deixe de estudar constantemente, mesmo que seja sozinha. Tem que ler o que está acontecendo neste momento na economia. É preciso aproveitar o contato com cada economista para aumentar o conhecimento técnico. Mas uma dica: é sempre bom ter em mente que jornalista é jornalista, economista é economista, e o nosso papel é falar claro. Sobre outras áreas, acho que há oportunidades se abrindo e que terão mais demanda no futuro, como ciência e meio ambiente.


Quando você entrevista em particular uma pessoa importante, e ela responde em 'off', mas a resposta é um assunto que pode prejudicar milhares de pessoas, o que você faz? Fica com o segredo sabendo do dano que causará ou denuncia e quebra o "off"? Até onde o "off" pode ser respeitado? (Pedro Paulo de Lima-e-Silva)
MIRIAM: Se você se compromete a respeitar o off, tem de fazê-lo, mas é preciso saber o limite. Por exemplo, não se vai pedir informação ou aceitar um off de bandido. Não se pode fazer isso com uma informação que vá prejudicar as pessoas. Existem milhões de situações, é difícil falar hipoteticamente. Mas, no limite, seu compromisso é com o seu leitor; sempre.


Onde você estudou jornalismo? (Denilson Reis de Castro)
MIRIAM: Comecei no Espírito Santo e depois fui para Brasília. Mas acho que aprendi jornalismo, mesmo, nas redações, com os colegas. Tem uma coisa legal no jornalismo, que não se encontra sempre: um colega mais velho, preocupado, que se dispõe a ensinar. Esse lado cooperativo, embora nem sempre aconteça, é uma das coisas mais agradáveis da profissão. Nesse aspecto, tive muito sorte na minha vida; sempre houve muita gente com coisas a me ensinar. Assim, eu tento retribuir sempre isso aos mais jovens.


A profissão de repórter tem se tornado cada vez mais perigosa nos grandes centros urbanos. Você acha que esse tema deve ser debatido nas universidades? (Evandro Maia)
MIRIAM: Esse tema precisa realmente ser debatido nas universidades e nas redações. A minha geração enfrentou os riscos da ditadura. Agora, o risco é a violência. O problema é que, se o jornalismo não souber enfrentar esse desafio, ele pode se acovardar, e isso pode comprometer a qualidade do trabalho. O equilíbrio entre a segurança física do repórter e o dever de informar tem que ser avaliado caso a caso. Hoje já existem jornalistas se preparando para cobrir uma situação de conflito armado.


Com o avanço da internet, já há muitas pessoas que preferem saber dos acontecimentos do mundo em blogs. É possível que daqui a cinco ou dez anos jornais e revistas estejam obsoletos? Se sim, como fica o mercado de trabalho? (Caroline da Silva Soares)
MIRIAM:O jornalismo nunca vai ser obsoleto. As plataformas é que mudam. Uma coisa interessante é que se achava que a TV acabaria com o rádio; e ambos, com o jornal. Agora, falam que a internet vai acabar com o jornal, mas isso não está acontecendo. As mídias se somam e se reinventam. Quando trabalhei em rádio, há 30 anos, nunca imaginaria algo tão revolucionário como uma rádio só de notícia, como a CBN. Tudo isso vai continuar mudando. Os próximos anos serão desafiadores e interessantes


Fonte: http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2008/04/07/_bom_jornalista_nunca_esta_completo_diz_miriam_leitao_durante_entrevista_para_secao_voz_da_experiencia_-426731822.asp

A entrevista jornalística

De acordo com Patrícia Ceolin do Nascimento (2009, p.97), "a entrevista, além de ser parte do trabalho do repórter nas notícias e reportagens, pode, ainda, constituir-se como texto 'autônomo' de caráter noticioso.(...) Pode assumir duas formas de apresentação: a entrevista corrida ou a entrevista pingue-pongue.
Na entrevista em texto corrido, o repórter apresenta as falas do entrevistado, intercalando discurso direto e discurso indireto. O texto, geralmente, inicia pelas declarações mais relevantes, mas a carga de subjetividade por parte do jornalista (que apresenta as falas) costuma ser mais expressiva (pode aproximar-se, assim, do perfil ou, ainda, servir-lhe de base).
Na entrevista pingue-pongue, por outro lado, aparecem, como o nome sugere, perguntas e respostas sequencialmente, mas isso não significa que dispensem organização jornalística quanto à hierarquia das informações."
Fonte:http://lucianecandidocarvalho.blogspot.com/2010/09/o-que-e-entrevista-jornalistica.html

Exemplo de reportagem

Sentenças que ferem a Constituição

Decisões judiciais que impõem censura à imprensa são ilegais, arranham a imagem da Justiça e devem ser revertidas por tribunais superiores

Nathalia Goulart e Paula Reverbel
Na última sexta-feira, o desembargador Liberato Póvoa, do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins, proibiu 84 veículos de imprensa de publicar reportagens acerca de uma investigação do Ministério Público paulista e da Polícia Federal que evidencia que o governador daquele estado, Carlos Gaguim, está envolvido em um esquema de corrupção. Três dias depois, o TRE-TO entendeu que a sentença configurava censura e acertadamente derrubou o absurdo jurídico. O mais assustador, contudo, é que não se trata de uma decisão isolada. Juízes e desembargadores vem desferindo golpes contra a liberdade de imprensa, um direito constitucional, ao censurar publicações – confira alguns casos. Juristas e especialistas em direito constitucional definem bem a situação: trata-se de um "retrocesso" na evolução da democracia brasileira.
Segundo a Associação Nacional dos Jornais (ANJ), entre 2008 e esta segunda-feira foram registrados ao menos 12 episódios em que a censura prévia por ordem judicial se configurou claramente no país. Em outras palavras: jornais, revistas, sites ou telejornais foram proibidos de exibir reportagens que, em geral, traziam denúncias contra políticos antes mesmo de o conteúdo vir a público. Há ainda outros 12 casos em que a Justiça determinou que veículos retirassem reportagens de circulação. As decisões evidenciam uma característica da Justiça brasileira, mas também um desvio. A característica emerge no momento em que, na tentativa de defender o direito à privacidade – também resguardado pela Constituição –, magistrados acabam por violar o direito de expressão e de imprensa. O desvio surge, vez por outra, em rincões do país, quando juízes protegem as autoridades políticas de plantão. Não à toa, os maiores beneficiados pelas sentenças registradas pelo estudo da ANJ são os políticos.
"Censura prévia é inconstitucional", sentencia o jurista Ives Gandra Martins. O ex-ministro da Justiça Paulo Brossard acrescenta: "A censura é a marca de estados de sítio e de emergência. Felizmente, não nos encontramos em nenhum desses casos". E Mozart Valadares, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, complementa: "O Judiciário deve garantir o livre exercício do jornalismo: esses acontecimentos são infelizes e só arranham a imagem da magistratura".
Qualquer tipo de censura é proibido pela Constituição. Diz o artigo 220: "A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição". O parágrafo 2º dispõe de forma cristalina: "É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística".
Os juízes que permitem tais transgressões se esquecem de que a mesma Constituição garante o direito de defesa a pessoas que eventualmente sejam, ou ao menos se sintam, prejudicadas pelas reportagens. "Não podemos confundir censura com sanção. A censura é sempre prévia e tem caráter genérico. A sanção a veículos de comunicação que eventualmente comentam abusos, se for o caso, é posterior à publicação e pontual", explica César Mattar Júnior, presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp).
O cidadão que se sentir lesado por qualquer material jornalístico, portanto, pode recorrer à Justiça, pleiteando direito de resposta e até indenização. No entanto, é inconcebível, do ponto de vista jurídico, proibir um jornal, revista ou telejornal de tocar neste ou naquele assunto. "Como é possível saber de antemão como um veículo tratará de determinado tema? Isso é absurdo", diz Fernando Menezes, professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
Tomadas em instâncias inferiores, as decisões que impõem censura tendem a ser revertidas em tribunais superiores. Contudo, ao contrário do que ocorreu no Tocantins, em que o reparo à lei se fez em três dias, a decisão pode demorar. Nesse caso, os prejudicados não são apenas os veículos proibidos de realizar sua missão, informar, mas a Constituição e, é claro, o cidadão, que terá menos chances de fiscalizar os poderosos.
(Com reportagem de Aretha Yarak)

Fonte:http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/sentencas-que-ferem-a-constituicao

A reportagem

A reportagem busca investigar, interpretar, entre outras funções não menos notórias no jornalismo. Sendo de alto valor jornalístico e, principalmente, social, ela já marcou seu espaço no mercado editorial e é considerada a "menina-dos-olhos" de qualquer jornalista.

Aliada a diferentes formas de escrita, estrutura e conteúdo, a reportagem reúne aspectos nobres e ecléticos desde sua instituição. Ela surge apoiada por elementos da narrativa literária realista, conforme aponta Maria Alice Carnevalli em sua tese doutoral intitulada Indispensável é o leitor: o novo papel das revistas de semanais de informação no Brasil (USP-2003). Para ela, a dinâmica da literatura é inerente à "criação do estilo narrativo empregado na elaboração de matérias jornalísticas".

Por outro lado, após o período do estilo realista na literatura e o surgimento do new journalism nos Estados Unidos, por volta dos anos 1940, faz com que o quadro se reconfigure. Desde então, isso criou condições para que sejam percebidos os rumos tomados pela reportagem no Brasil, como o alto número de imagens usadas, bem como os recursos gráficos e a objetividade editorial marcada pela auto-ajuda e de um marketing bem-sucedido que ocorre atualmente.



Fonte: http://www.canaldaimprensa.com.br/canalant/foco/quarent/foco4.htm
Depois das muitas denúncias feitas pela imprensa,o Presidente Lula, propõe melhorias aos serviços da Previdência Social




“Graças às críticas que ele fizeram, conseguimos aperfeiçoar e, quem sabe, consertar definitivamente o tratamento que temos que dar ao povo brasileiro”, afirmou o presidente Lula, em tom de agradecimento à imprensa, nesta segunda, no Programa Café com o Presidente, quando perguntado sobre as melhorias na Previdência Social.
Depois das muitas denúncias feitas pela mídia brasileira sobre a precariedade nos serviços da Previdência, como as inúmeras filas no INSS e a demora no atendimento, o governo, enfim, propõe melhorias naqueles ao povo brasileiro.
Essas melhorias consistem basicamente na modernização da Previdência, já que a partir de agora o ministro receberá as reivindicações dos beneficiários em tempo real, o trabalhador urbano ganhará uma carta, a qual comunicará quanto tempo de serviço ele tem, quando e quanto receberá a sua aposentadoria. Além dessas inovações, tem outra, que é a bancarização da Previdência, na qual os bancos também prestarão serviços aos aposentados.
Ou seja, é a imprensa mais uma vez, apesar de todas as críticas, reafirmando a sua ideologia, que nada mais é do que servir a sociedade, através do seu ofício.

Escrito por: Emanuelle Félix

Exemplos de notícia

Apenas um mineiro permanece internado no Chile; 32 já receberam alta

Dos 33 mineiros resgatados na mina San José, no norte do Chile, 32 já receberam alta médica, um a mais que na sexta-feira, e apenas um continua internado devido a um problema dentário, informou este sábado Jorge Díaz, chefe médico da Associação Chilena de Segurança (ACHS), em Copiapó.
Segundo declarações de Díaz à imprensa, o mineiro Víctor Zamora permanece internado, embora esteja "em condições de ir para casa".
Zamora "tem uma lesão traumática nos dentes anteriores, razão pela qual pediu para permanecer na Clínica Atacama", disse Díaz.
A mãe de Víctor, Nelly Bugueño, afirmou que o filho receberá alta na terça-feira.
"Víctor sai na terça-feira. Quero que esteja bem e que descanse. Ele está muito cansado. Todos queremos que se recupere bem e Deus queira que ele saia na terça-feira", disse Bugueño.
Quanto ao mineiro que recebeu alta este sábado e que na sexta-feira se queixava de vertigens e enjoo, o doutor Díaz explicou que ele "se encontra em perfeitas condições".


Mariana Bazo/Reuters
Trabalhador resgatado Jose Henriquez durante visita à mina San José, em Copiapó (Chile); apenas um mineiro continua no hospital
Trabalhador resgatado Jose Henriquez durante visita à mina San José, em Copiapó (Chile); apenas um mineiro continua no hospital


Doze dos 33 mineiros resgatados se submeteram, neste sábado, a exames de rotina, feitos nas dependências da ACHS, procedimento que se repetirá para acompanhar sua evolução nos próximos dias.
Díaz explicou, ainda, que se espera que os mineiros não sofram de síndrome de estresse pós-traumático, graças ao trabalho prévio feito pela equipe de psicólogos que os acompanhou enquanto estiveram presos na mina.
"Não temos um conhecimento muito claro de em quanto tempo a síndrome pós-traumática pode se apresentar", disse.
"Acreditamos que, no caso deles, é pouco provável que ocorra, já que o modelo de apoio médico e psicológico tendeu, fundamentalmente, à prevenção", explicou.
Os médicos da Associação Chilena de Segurança, encarregada dos cuidados médicos e psicológicos durante o período em que os mineiros estiveram na mina, calculam que em mais um mês eles poderão voltar ao trabalho.
"Em aproximadamente 30 dias depois da alta hospitalar, poderíamos ter clara a situação e começar a dar alta [da licença médica] de forma progressiva para que realizem atividades de trabalho progressivamente", disse Díaz.
OUTROS PAÍSES
China, Equador e Colômbia se deparam com problemas em minas (que chegaram a registrar um total de 22 mortos), logo após midiático resgate dos 33 mineiros que passaram 70 dias soterrados no Chile.
Na China, uma explosão em uma mina de carvão resultou na maior contagem de mortos: de acordo com contagens oficiais até o fechamento da reportagem, o número chegava a 20. Grupos de resgate procuravam outras 17 vítimas desaparecidas.


AP
Trabalhador do resgate atua na mina de Minesadco em Portovelo (Equador); depois de resgate no Chile, outros 3 países encontraram problemas
Trabalhador do resgate atua na mina de Minesadco (Equador); depois de resgate no Chile, outros 3 países encontraram problemas


O acidente aconteceu às 6h da manhã, no horário local, em um poço de propriedade da Pingyu Coal & Electric, com sede na cidade de Yuzhou, e operações de resgate estavam a caminho, disse a agência de notícias Xinhua. Depois da explosão, 239 mineiros conseguiram regressar à superfície.
As minas da China, sob forte pressão para aumentar a produtividade, são consideradas as mais perigosas do mundo. No ano passado, 2.631 pessoas morreram nelas.
Já no Equador, grupos de socorristas conseguiram chegar neste sábado à galeria da mina onde estariam quatro mineiros presos desde a madrugada de sexta-feira (15), segundo informou o Comitê de Crise criado pelo governo para enfrentar a situação de emergência.
Na Colômbia, equipes de socorro anunciaram neste sábado a suspensão dos trabalhos de busca a dois trabalhadores presos há quatro dias em uma mina de carvão, ao mesmo tempo em que se anunciava a morte de outros dois mineiros em desabamentos.
Os mineiros desapareceram na terça-feira a 60 metros de profundidade na jazida de La Esperanza, no município de Tasco, província de Boyacá, a 200 km a noroeste da capital colombiana.
Segundo o ministério do Interior e Justiça, dois mineiros morreram nos últimos dias e outro ficou ferido em outros dois acidentes no noroeste e no centro do país andino.


Por:http://www1.folha.uol.com.br/mundo/815678-apenas-um-mineiro-permanece-internado-no-chile-32-ja-receberam-alta.shtml

Afinal, o que é notícia?

Mesmo com todos os avanços dos veículos de comunicação e as novas formas de difusão, como a internet, por exemplo, o clássico conceito do que é notícia permanece o mesmo: um cachorro morder o homem é normal. Quando o homem morder o cachorro, é notícia.
UNIÃO METROPOLITANA LONDRINENSE – UMP
CURSO: COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO
DISCIPLINA: Labjor III
PROFESSOR: EDENILSON DE ALMEIDA

Mesmo com todos os avanços dos veículos de comunicação e as novas formas de difusão, como a internet, por exemplo, o clássico conceito do que é notícia permanece o mesmo: um cachorro morder o homem é normal. Quando o homem morder o cachorro, é notícia. Ciro Marcondes Filho cita Umberto Eco, que“certa vez declarou que a nossa noção de notícia ainda é baseada no privilégio do anormal, no interesse que temos nos saltos bruscos de estado a que somos submetidos na vida cotidiana. Ela é o reflexo de uma procura contínua pelo novo, pelo diferente. (...) É o extraordinário que vale como notícia, mas nem todo o extraordinário”. A notícia é a matéria prima e a base do jornalismo. É dela que surgem as mais diversas matérias, independentemente de ser um jornal impresso, rádio ou televisão.
“A notícia é o gênero jornalístico básico. A sua razão de ser é a informação dos fatos. Normalmente é curta, pois, quando a matéria o justifica dá lugar a uma reportagem, artigos, inquéritos ou subdivide-se em várias peças”. A palavra notícia vem do latim “nova””. Charnley a define como “a informação corrente dos acontecimentos do dia, posta ao alcance do público”.

São os meios de comunicação que transformam os fatos em notícias levando-as ao público. Clóvis Rossi esclarece com propriedade o que é jornalismo:“Jornalismo, independentemente de qualquer definição acadêmica, é uma fascinante batalha pela conquista das mentes e corações de seus alvos: leitores, telespectadores ou ouvintes. Uma batalha geralmente sutil e que usa uma arma de aparência extremamente inofensiva: a palavra, acrescida, no caso da televisão, de imagens. Mas uma batalha nem por isso menos importante do ponto de vista político e social, o que justifica e explica as imensas verbas canalizadas por governos, partidos, empresários e entidades diversas para o que se convencionou chamar veículos de comunicação de massa”. A notícia pode ser definida também como um registro da realidade social e um produto dela, já que proporciona aos consumidores das notícias uma abstração seletiva desenhada de forma tal que tenha coerência, apesar dos eventuais descuidos com alguns detalhes. Ela, a notícia, está definindo e redefinindo, constituindo e reconstituindo permanentemente os fenômenos sociais.“A notícia é um produto de uma instituição social e está ligada em suas relações com outras instituições. É um produto de profissionais que se arrogam o direito de interpretar o que ocorre a cada dia aos cidadãos e outros profissionais.” Marcondes Filho, complementa:
“Notícia é a informação transformada em mercadoria com todos os seus apelos estéticos, emocionais e sensacionais; para isso a informação sofre um tratamento que a adapta às normas mercadológicas de generalização, padronização, simplificação e negação do subjetivismo. Além do mais, ela é um meio de manipulação ideológica de grupos de poder social e uma forma de poder político”. Nilson Lage define notícia, no jornalismo moderno como “o relato de uma série de fatos a partir do fato mais importante ou interessante; e de cada fato, a partir do aspecto mais importante ou interessante”.

Deve-se invocar Marcondes Filho que, ainda, esclarece sobre a política da notícia:“A política da notícia tende a incentivar permanentemente a passividade, a acomodação e a apatia em seus receptores. (...) O tratamento que ela dá aos fatos, que como mitos ou signos, conduz em qualquer caso, à despolitização do real: é a apresentação dos fatos como algo unívoco, fechado, somente positividade, sem contradições; não há ambivalência, mas a disciplina e a adaptação ao modelo: são – enquanto desmontagens do real – confirmações do esperado, formas que encobrem a dialética e qualquer penetração inesperada além do visível. É uma organização do mundo não contraditória. O real o contraditório, é esvaziado, e, como conseqüência, o sistema reforça-se e é inocentado. O conflito, o polêmico, o questionador que existe em cada fato desaparece”. Juarez Bahia, que tem um dos livros mais utilizados nas escolas de comunicação e jornalismo, considera dizer que “notícia é tudo que o jornal publica” uma definição muito simplista. Ele destaca que notícia “é o modo pelo qual o jornalismo registra e leva os fatos ao conhecimento do público”. E complementa, não antes de considerar que toda notícia é uma informação, mas nem toda informação é uma notícia, que
“A notícia é a base do jornalismo, seu objeto e seu fim. Através dos meios do jornalismo ou dos meios da comunicação direta ou indireta, a notícia adquire conteúdo e forma, expressão e movimento, significado e dinâmica para fixar ou perenizar um acontecimento, ou para torná-lo acessível a qualquer pessoa. A notícia tem no jornalismo o seu instrumento mais organizado, mais competente, mais ágil e mais eficiente de difusão. O fato de que o jornalismo tem por finalidade primária informar tão amplamente quanto possível dá à notícia uma função tão social quanto a da mídia.”
Bahia esclarece ainda, que a “a moderna estrutura do jornalismo é ditada pela sua condição de disciplina científica que abrange uma teoria e uma prática, uma tecnologia própria”. E acrescenta:
“Nem sempre, porém, uma notícia se completa no ato do acontecimento. Ela depende de circunstâncias, complementos e pistas que só a subseqüente investigação irá revelar. E esse desdobramento, que é da sua natureza, quanto mais concentra a sua autenticidade, mas valoriza e qualifica o seu significado.” O autor finaliza afirmando que nem todas as informações que são apuradas e investigadas acabam sendo publicas. Bahia diz que a notícia passa por um processo natural de seleção com a finalidade clara de ajustá-la à hierarquia da difusão.
A notícia jornalística é condicionada pelos valores estabelecidos pelo mercado. Mantém relações de consumo entre a empresa de comunicação e o leitor, o anunciante e, no caso do Brasil, com o poder público vigente. Ela é um recorte da realidade, elaborado a partir de critérios culturais, políticos, sociais, de mercado etc.
Toda vez que a notícia chega ao leitor, telespectador ou ouvinte, ela passou por diversas avaliações. Desde a forma de abordagem sugerida pela pauta, à maneira como o assunto é conduzido pelo repórter até o acabamento final dado pelo editor. A idéia é que o selecionador das notícias edita o mundo a partir dos seus valores, crenças, interesses, formação cultural.
Fonte:http://www.sinistri.jex.com.br/labjor+iii/os+conceitos+de+noticia/